Apontamentos realmente sérios sobre "meu" desenho de sexta - especialmente sobre esta série de desenhos de sexta, que "eu estou" denominando FAROL.
RES, 24 de agosto de 2019
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Não tem outro jeito senão começar humildemente, reconhecendo uma insuficiência de recursos diante de algo que parece tão aleatório
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Discutir em detalhes, o que é isto mesmo que estou chamando de insuficiência?
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E colocar em termos mais precisos o que estou denominando aleatório?
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E também o que são recursos traduzidos imediatamente para o desenho ( investimentos poéticos feitos indiretamente no desenho ). Por exemplo a compra de uma máquina eletrônica Hasselblad? Ou a viagem para um lugar tão vasto e rico como Matão? Tão silencioso?
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Além, é claro, de dezenas de livros semanais sobre todos os assuntos possíveis.
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Além, é claro, de 3 jornais diários, somente sob o ponto de vista óptico.
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Manipulação: frase ingênua da psiquiatra da Maria Victoria. Que eu a manipulo. Ela realmente deveria ler A dialética do esclarecimento de Adorno, se informar mais sobre manipulação para não dizer bobagem: a rede Globo manipula mais que eu, a Johnson & Johnson, o Donald Trump, o Silvio Santos, a Reuters, a Folha de São Paulo, a Nasa. Isto para não falar do próprio sintoma e da própria Maria vitória. Eu também manipulo, mas estou no final da lista.
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A sugestão de uma imagem - capacidade sugestiva da imagem criada no desenho, ela acontece mais em você do que nela propriamente dita. Dentro do seu aparelho óptico. Neste sentido é um acontecimento visual, algo como um desenho impressionista com uma temática e técnica totalmente diversa.
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Discutir em termos lógicos palavras sem sentido algum, como: aleatório, acaso, coincidência, loucura, de repente, acidente, por acaso, sem controle, perdido.
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Procedimentos ditados pelo próprio desenho. Percepção do que o desenho pede, como: tamanho duplo do papel, escala do desenho, imagens da internet, fotografias de farol, fotografias de farol ampliadas e deturpadas e invertidas, o real sendo totalmente friccionado e ficcionado. Neste sentido a psiquiatra da Maria Victoria não entendeu nada de Freud! Nada do recalque.
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Um estado de radicalidade na vida que é fundamental para que haja este momento chamado na sessão de desenho de “virada”. Sacrifícios feitos no dia a dia que são fundamentais para o desenho, sem esses sacrifícios o desenho não existiria. O desenho já é um desenho, ou é motivado pela vida não ordinária que eu levo, aparece no desenho a transcendência de uma vida realmente transgressiva no seu cotidiano. Portanto o desenho é um depoimento de uma visão de mundo, não mais uma imagem destituída de escopo, esvaziada de uma política interna. (de novo aqui, me lembro de Adorno)
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Relacionar estes desenhos com a filosofia da linguagem e seu esgotamento. (Wittgenstein e Heidegger). Comentários da filosofia da mente (Richard Rorty)
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Ponto de virada do desenho. Parte acompanhável e parte não acompanhável. Ou parte técnica e parte transcendente. (mística). Comparar isto com a filosofia lógica e seu próprio esgotamento!
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Parte litúrgica do desenho? Parte do ritual do aparecimento da imagem?
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Um desenho que conduz a outro desenho? Que ensina sobre o próximo desenho. Aprendendo com o desenho interior, ou como disse o Theo: é certo que o desenho também autoriza uma vida excêntrica, e vice-versa.
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Também é certo que para você realmente visitar uma pessoa muito muito rica, ou você é muito muito rico, ou você não fez visita nenhuma! Caralho, não acredito que estou escrevendo isto aqui, como é possível dizer isto? Como é possível que isto esteja escrito de maneira tão simples, há algo aqui dito que diz algo da feitura do próprio desenho.
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Termos incongruentes: epistemologia própria do desenho / procedimentos que parecem ilógicos, ponto da piscina que não dá pé, laranja esmagada sobre o desenho invertido, laranjas atiradas ( descascadas ) sobre o desenho, na tinta ainda úmida. A própria construção da imagem, o aparecimento da imagem, a dimensão conseguida com a construção da imagem, ou seja, a própria fatura do desenho constrói a imagem, e não o contrário. A imagem brota de dentro do desenho e não uma impostura, ou seja, uma imagem é forçada à própria imagem. O desenho acontece realmente passando a parte dura, a parte do esforço, então nasce uma travessia até a imagem definitiva, muito leve, o desenho passa a ser muito leve e rápido, o cérebro executante e o cérebro receptivo do desenho se tornam a mesma cousa, estão absolutamente na mesma frequência. Há uma comunicação severa entre o cérebro animal do desenho e o meu cérebro.
